Economia
20/05/2025
O governo estadual, por meio da Secretaria de Agricultura, vem monitorando as investigações sobre eventuais casos de gripe aviária na região Nordeste.
O Blog do Diógenes conversou com exclusividade com o secretário Guilherme Saldanha na manhã desta terça-feira (20). Segundo ele, o Rio Grande do Norte segue atento, apesar de ainda não haver casos confirmados por aqui.
“Existe um caso confirmado no Rio Grande do Sul e suspeitas em outros estados, como o Ceará. Aqui, monitoramos tudo com atenção. Qualquer movimentação estranha nas granjas, os produtores nos informam, e o Idiarn [Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária] atua de imediato”, explicou o secretário.
Caso haja uma suspeita, a equipe vai até o local, coleta o animal e, se for grave, a granja é fechada até o resultado laboratorial. Se der positivo, todos os animais são abatidos. Se der negativo, tudo volta ao normal.
Apesar de o RN ainda não ser um gigante na produção de ovos e carne de frango, o cenário tem mudado. “A Granja Faria, do empresário Ricardo Faria, comprou uma unidade aqui que produzia 350 mil ovos por dia. Hoje, já são mais de 1,3 milhão”, comemorou Saldanha.
A produção potiguar gira em torno de três milhões de ovos por dia. Há granjas na Grande Natal, em Mossoró, Apodi e no Trairi. Esta última abastecida por um frigorífico na Paraíba. A concentração de animais, no entanto, aumenta o risco de contaminação, o que acende o alerta da secretaria.
Mesmo com o crescimento, o RN ainda depende de produtos vindos de fora. “Basta olhar as prateleiras dos supermercados. Mas nossa prioridade é proteger quem está investindo aqui, do grande empresário ao pequeno criador”, garantiu.
Sobre a gripe aviária, Saldanha reforça que o maior vetor da doença são aves migratórias. “Elas vêm do Canadá, passam pela Patagônia e pousam onde quiserem. Sobrevivem ao vírus, mas podem transmiti-lo para os criatórios".
O clima nordestino, segundo ele, é um aliado natural. As altas temperaturas e baixa umidade ajudam a conter doenças respiratórias nas aves. E a agricultura familiar, por ter criações mais soltas e voltadas à agroecologia, sofre menos risco.
“Estamos com tudo monitorado. O Idiarn, o Ministério da Agricultura, as prefeituras e os escritórios da Emater [Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural] estão atentos. Qualquer suspeita, a ação é imediata. Se confirmado, o abate é feito. Se não for, vida que segue".
Com um tom direto e preocupado, Saldanha encerrou o papo com otimismo. “Temos profissionais preparados. E a determinação da governadora Fátima é clara: atenção total para proteger essa atividade no RN".
Confira o áudio da conversa do secretário Guilherme Saldanha com o Blog do Diógenes:
DD.
é um jornalista e radialista do Rio Grande do Norte, com mais de 40 anos de carreira. Formado em Comunicação Social pela UFRN e em Direito pela UNP, atuou em vários veículos importantes locais e nacionais (Tribuna do Norte, Diário de Natal, TV Globo, TV Record Brasília, SBT, Band e rádios 96 FM, 98 FM e 91.9 FM). Foi diretor-geral da TV Assembleia Legislativa do RN. Foi coordenador de comunicação da Potigas, e assessor da presidência da Petrobras. Apresenta e edita o Jornal da MIX, na 103.9 FM Natal.
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