Política
01/12/2025
O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, afirmou ontem (30) que causa “perplexidade” a demora do Poder Executivo em enviar ao Senado a mensagem oficial de indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A escolha foi anunciada em 20 de novembro e publicada no Diário Oficial da União no dia seguinte.
Alcolumbre disse que o atraso pode ser uma tentativa de interferir no cronograma definido pelo Senado, que prevê a leitura da indicação nesta quarta-feira (3) e a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia 10 de dezembro, seguida de votação em Plenário.
Ele criticou o que chamou de “método antigo” de tentar desmoralizar o Legislativo e reforçou que cabe ao Senado aprovar ou rejeitar o nome indicado pelo presidente da República.
Na nota, o senador afirmou que espera lisura no processo e que “nada alheio ao processo” irá influenciar a decisão da Casa.
Para ele, o envio imediato da mensagem permitiria manter o ritmo adotado em indicações anteriores e evitar atrasos na definição, ainda prevista para 2025.
Leia a íntegra do texto:
NOTA À IMPRENSA
É nítida a tentativa de setores do Executivo de criar a falsa impressão, perante a sociedade, de que divergências entre os Poderes são resolvidas por ajuste de interesse fisiológico, com cargos e emendas. Isso é ofensivo não apenas ao Presidente do Congresso Nacional, mas a todo o Poder Legislativo.
Em verdade, trata-se de um método antigo de desqualificar quem diverge de uma ideia ou de um interesse de ocasião.
Nenhum Poder deve se julgar acima do outro, e ninguém detém o monopólio da razão. Tampouco se pode permitir a tentativa de desmoralizar o outro para fins de autopromoção, sobretudo com fundamentos que não correspondem à realidade.
Se é certa a prerrogativa do Presidente da República de indicar ministro ao STF, também o é a prerrogativa do Senado de escolher, aprovando ou rejeitando o nome. E é fundamental que, nesse processo, os Poderes se respeitem e que cada um cumpra seu papel de acordo com as normas constitucionais e regimentais.
Feita a escolha pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, causa perplexidade ao Senado que a mensagem escrita ainda não tenha sido enviada, o que parece buscar interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa, prerrogativa exclusiva do Senado Federal.
Aliás, o prazo estipulado para a sabatina guarda coerência com a quase totalidade das indicações anteriores e permite que a definição ocorra ainda em 2025, evitando a protelação que, em outros momentos, foi tão criticada.
Portanto, o que se espera é que o jogo democrático seja conduzido com lisura. Da parte desta Presidência, absolutamente nada alheio ao processo será capaz de interferir na decisão livre, soberana e consciente do Senado sobre os caminhos a serem percorridos.
Davi Alcolumbre
Presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional
é um jornalista e radialista do Rio Grande do Norte, com mais de 40 anos de carreira. Formado em Comunicação Social pela UFRN e em Direito pela UNP, atuou em vários veículos importantes locais e nacionais (Tribuna do Norte, Diário de Natal, TV Globo, TV Record Brasília, SBT, Band e rádios 96 FM, 98 FM e 91.9 FM). Foi diretor-geral da TV Assembleia Legislativa do RN. Foi coordenador de comunicação da Potigas, e assessor da presidência da Petrobras. Apresenta e edita o Jornal da MIX, na 103.9 FM Natal.
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