Brasil cobra explicações dos EUA por ameaças contra aliados de Moraes

Luis Dantas/EBC

Fachada da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) chamou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos (EUA), Gabriel Escobar, para explicar ameaças feitas pelo governo de Donald Trump a “aliados de [Alexandre de] Moraes no Judiciário”.

O embaixador Flavio Celio Goldman, responsável interino pela Europa e América do Norte no Itamaraty, manifestou “indignação” com o tom e o conteúdo de postagens do Departamento de Estado e da embaixada nas redes sociais.

Para o governo brasileiro, trata-se de ingerência em assuntos internos e de ameaça inaceitável a autoridades nacionais.

Ontem (7), a embaixada publicou em português um comentário do secretário de diplomacia pública, Darren Beattie, alertando que “os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes”.

O diplomata acusou o ministro de “censura” e “perseguição” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçando que os EUA estão “monitorando a situação de perto”. Veja:

O Departamento de Estado vem criticando decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que atingem Bolsonaro e seus apoiadores.

No fim de julho, os EUA aplicaram sanções econômicas contra Moraes, com base na Lei Magnitsky, por seu papel no julgamento da tentativa de golpe após as eleições de 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro de pressionar militares para reverter o resultado eleitoral e investigam se ele e o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pediram sanções contra o Brasil. O ex-presidente nega as acusações.