Política
01/10/2025
A decisão do ministro Luiz Fux, de adiar para 2030 a readequação de cadeiras na Câmara dos Deputados, foi um verdadeiro banho de água fria nos planos de muitos políticos.
Era um tal de vereador querer vaga de deputado estadual; de estadual, desejar a de federal; primeira-dama para cá, irmão para lá, primos e amigos do amigo — todos candidatos ao sonho do mandato.
A Constituição exige que a distribuição de vagas entre os estados seja proporcional à população, com piso de oito e teto de 70 deputados por estado, ajustada no ano anterior às eleições com dados do IBGE.
Pelo projeto aprovado em maio, a Câmara passaria de 513 para 531 parlamentares.
O Rio Grande do Norte teria direito a mais duas cadeiras em razão do crescimento populacional registrado pelo Censo de 2022. A mudança também ampliaria a Assembleia Legislativa, já que cada deputado federal corresponde a três estaduais.
O problema é que o presidente Lula vetou a proposta aprovada nas duas Casas do Congresso, contrariando seus líderes. As sucessivas crises entre os Poderes impediram a derrubada do veto.
Resultado: tudo como dantes no quartel de Abrantes. Sem alteração. Coube ao STF manter o status quo.
Tenho a impressão de que, em 2030, alguém ainda vai levantar a mesma questão:
— É preciso esperar o Censo deste ano para redistribuir as cadeiras na Câmara dos Deputados.
Será? E então tudo começa de novo. O Rio Grande do Norte segue com apenas oito cadeiras — o piso.
Confira o vídeo da Análise da Notícia:
DD.
é um jornalista e radialista do Rio Grande do Norte, com mais de 40 anos de carreira. Formado em Comunicação Social pela UFRN e em Direito pela UNP, atuou em vários veículos importantes locais e nacionais (Tribuna do Norte, Diário de Natal, TV Globo, TV Record Brasília, SBT, Band e rádios 96 FM, 98 FM e 91.9 FM). Foi diretor-geral da TV Assembleia Legislativa do RN. Foi coordenador de comunicação da Potigas, e assessor da presidência da Petrobras. Apresenta e edita o Jornal da MIX, na 103.9 FM Natal.
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